Entre na internet e pesquise “Como Administrar o Casamento”.

Você irá encontrar dezenas de sites que ensinam como administrar um casamento, significando a festa do casamento e não o casamento em si.

É até chocante que ninguém tenha escrito um livro de administração sobre como manter um casamento, usando as inúmeras técnicas que administradores utilizam para manter uma empresa, fidelizando clientes, funcionários e fornecedores, por exemplo.

Administradores estão acostumados a resolver conflitos, estabelecer contratos, medir desempenho, contabilizar perdas e ganhos, resolver problemas com metas realistas, desenvolver formas de mensuração e acompanhamento, criar relacionamentos e mantê-los, redigir e cumprir compromissos, criar sistemas de suporte e mais importante, arrumar os recursos financeiros para custear tudo isto.

Sabemos medir custos e benefícios, e sabemos lidar com equipes heterogêneas e imperfeitas.

Empresas e casamentos começam exatamente da mesma forma, com funcionários heterogêneos e imperfeitos, mas com objetivos comuns.

Portanto, não deveria ser tão estranho ter um administrador falando do assunto.Empresas e casamentos começam com um contrato.

Nas empresas é o Contrato Social, onde se estabelece os objetivos da empresa, seu endereço, seus sócios, suas atribuições e qual o capital social que está sendo oferecido para garantir a sustentabilidade da empresa.

Casamentos também começam com um contrato, o Contrato de Casamento, que infelizmente foi definhando aos poucos, a ponto de nem ser mais escrito e seus pais até já o esqueceram.

Uma empresa mal administrada entra em falência, um casamento mal administrado, idem.

Quando fui entrevistado pela Ana Maria Braga sua primeira pergunta foi: “Como é que um administrador pode escrever sobre este assunto?”

Eu poderia ter concordado com ela e respondido que de fato era estranho, mas foi justamente naquele momento, tentando me justificar em público, que eu percebi que um administrador tem muito a escrever sobre o assunto, que a administração de um casamento é justamente o que ninguém ensina mais neste país.

Vocês irão encontrar no livro uma série de conselhos e sugestões que irão parecer inapropriados para casamentos porque elas foram criadas para administrar empresas, não casamentos.

Alguns vão me criticar que isto só funciona para empresas que visam lucro, e não casamentos que visam felicidade.

Primeiro, eu quero lembrar que a administração não visa aumentar o lucro das empresas, isto é uma das maiores mentiras disseminadas por aí, e que diariamente nos ofende.

Hoje, temos milhares de administradores, eu inclusive, que se preocupam com o terceiro setor, ongs e entidades beneficentes, que são sem fins lucrativos, e que visam somente ajudar o outro, a solidariedade e ao amor.

O que estarei propondo, e por favor não me critiquem por isto nem me acusem de ser frio e calculista no amor, é que vocês sejam mais profissionais ao lidar com seus próprios casamentos.

Vou pedir que vocês sejam mais eficientes na resolução dos problemas, mais frios ao analisar os fatos, mais competentes ao estabelecer metas de melhoria.

Vocês irão poder ajudar os outros, neste caso seu cônjuge e seus filhos com mais eficiência, com menos sacrifício, com melhores resultados, sem almejar o lucro próprio, isto é, sem serem egoístas e pensar somente em si.

É sem dúvida uma análise fria, calculista, ponderada e realista, e é justamente isto que às vezes falta numa discussão emocional, passional, irracional e sem objetivos definidos.

Estarei tentando trazer de volta a essência do casamento, uma visão realista do que se propõe quando se casa, tirando parte da ficção e do folclore criado sobre este assunto.

Livros que enaltecem a necessidade de mais amor de um para com o outro, mais carinho e compreensão, e assim por diante, estão esquecendo de um ponto: a essência do casamento.

Casamento é uma parceria de duas pessoas diferentes que possuem um mesmo objetivo: cuidar dos filhos.

A instituição casamento não foi criada para proteger a mulher. Isto, vocês mulheres estão cansadas de saber.

Nem tampouco ela foi criada para proteger o marido, que não precisa de maior proteção da Igreja e do Estado, eles já têm como se defender.

O casamento, pelos menos antigamente, era um mecanismo social de pressões e contrapressões dos membros da comunidade com o objetivo de proteger os filhos do casal.

Proteger contra o abandono frequente do pai, da negligência da mãe, do maltrato do padrasto, muito comum antigamente e que está voltando assustadoramente.

E neste sentido, algumas questões precisam ser analisadas friamente, administrativamente, avaliando as consequências, algo que raramente é feito nas discussões emocionais entre marido e mulher.

Quero deixar bem claro que há uma enorme diferença entre explicar ou relatar um comportamento humano e defendê-lo.

Ao tratar de infidelidade masculina, algo que precisa ser discutido, irei apresentar algumas explicações divulgadas por recentes estudos da Psicologia evolutiva que certamente serão controversos, e por ser pesquisa recente, ainda não totalmente aceitos pela comunidade científica.

Dados que muitos homens irão gostar e muitas mulheres irão odiar, mas precisam ser apresentados mesmo que ainda em fase de especulação. Acho que serão úteis para desarmar o que está se tornando uma batalha dos sexos, entre machista e feminista, sem trégua nem volta.

Portanto, não matem o mensageiro só porque algumas pesquisas mudam o paradigma atual, mas meditem, ou melhor, estudem o que esta nova ciência da genética comportamental tem a dizer.

Stephen Kanitz 

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