Numa conversa com meu dentista há algum tempo, dizíamos como é difícil a educação dos filhos. Que os pais muitas vezes erram pensando que estão acertando, e vice versa.
Você pode dar um presente para seu filho achando que vai agradá-lo, e aquilo que tem valor para você, para seu filho não tem valor algum. Você pode também não dar um presente para seu filho, simplesmente porque não pode, não tem condições de, e isto fazer um bem enorme a ele, pois ao se privar de algo que deseja, ele também pode aprender o real valor das coisas.
Conheço pais que dão tudo para seus filhos, para compensar sua ausência. Sim, é clichê, mas é verdade ! Isto continua se repetindo todos os dias, desde que o mundo é mundo.
Outros pais não têm condições de dar, mas oferecem diálogo, atenção, interesse pela vida do filho – e isto definitivamente não tem preço.
Mas saindo do universo pais e filhos, temos o universo marido e mulher. Quantas vezes um dos cônjuges está passando por algum problema, alguma dificuldade, e o outro não sabe como ajudar… Ou não sabe, ou o cônjuge que está com os problemas não os compartilha, e aí fica difícil ajudar…
Mas esta ajuda – e esta é a ideia deste texto – pode ser assertada ou não. Como sabemos se o que fazemos é certo ou errado ? É certo comprar um Iphone caríssimo para seu filho, só para ele se sentir bem com os amigos ? É certo você se privar de coisas que deseja, para contentar os outros ? É certo você não se privar de nada, porque você vem sempre em primeiro lugar ?
E os erros então… é errado não conversar com quem não gosta de você ? É errado visitar a tia Maricotinha que está nas últimas, sendo que quando você precisou, ela fez questão de não te ajudar ? É errado comermos e bebermos tudo o que temos vontade, alegando que a vida é curta ?
E nos relacionamentos : é errado sermos exclusivos de um(a) parceiro (a) apenas ? É errado cedermos aos nossos institntos, deixando o prazer falar mais alto ?
Será que aquele chefe que ninguém gosta está preparado para ouvir o que todos pensam sobre ele ? Será que aquela pessoa querida de todas é mesmo querida ou apenas está numa situação vantajosa em relação às demais ? E seus amigos, são seus amigos mesmo, ou quando o calo aperta você se vê sozinho, sem ninguém a quem recorrer.
Os pais ou a ausência deles têm um papel decisivo em nossa formação. Uma frase mal colocada, e o estrago está feito. O contrário também acontece : um incentivo, um encorajamento num momento de difícil decisão podem fazer grande diferença em nossa vida, a diferença de não nos sentirmos sós, de sabermos que, independente do que acontecer, aquela pessoa estará ao nosso lado.
São tantas questões….e me veio uma resposta que ouvi esta semana : só saberemos o certo e o errado com o passar do tempo.
Porque certamente agimos com a intenção de acertar, de dar o nosso melhor. Em muitas situações, não temos certeza do que fazer.
Muitas vezes agimos com a melhor das intenções e provocamos uma dor que não imaginávamos. Por isso o tempo é sábio : porque ele será capaz de nos mostrar se acertamos ou não.
E o mais bonito desta história toda, é que sempre tiramos um resultado das experiências vividas, sejam positivas ou negativas. E olhando sob este enfoque, quase podemos dizer que não há certo ou errado, pois o que fica, o que nos marca, são os resultados das experiências vividas, as reflexões que foram geradas, o amadurecimento de nossas idéias, de nossos comportamentos.
Não acredito na frase “De boa intenção o inferno está cheio”. Definitivamente não está. A boa intenção vem do coração, não tem maldade, não tem segundas intenções.
Por isso, da próxima vez que você tiver que tomar uma decisão, procure tomá-la com o coração puro, com a convicção de que você quer acertar, mas que se o tempo mostrar que foi uma decisão errada, no mínimo, no mínimo, a experiência vivida trouxe um crescimento para você e para as pessoas ao seu redor.