Nos meus Processos de Coaching Afetivo, me deparo invariavelmente com mulheres maduras, inteligentes, bonitas, trabalhadoras e de grande caráter que infelizmente ainda não são felizes no amor. Em alguns casos, isto aconteceu porque priorizaram a carreira e deixaram a vida afetiva para segundo plano. Em outros, elas priorizaram os filhos e mantiveram um casamento por amor, sim, mas agora se deparam com a síndrome do ninho vazio, e quando olham para o parceiro, percebem o quanto ambos estão perdidos em relação ao que representa o casal.
Existem casos de mulheres que já se casaram, se separaram e querem entender o que se passa com elas, uma vez que não conseguem obter na vida afetiva o mesmo sucesso que na vida profissional. Atendo também solteiras que de alguma forma, deixaram o amor passar e hoje, agora mais maduras, conseguem perceber que o amor já havia se apresentado antes, mas elas não souberam reconhecê-lo.
Enfim, são várias as histórias, os contextos e as situações para o fato de ainda não terem alcançado uma vida afetiva plena, mas em alguns casos, uma coisa me chama a atenção : muitas não querem encarar a realidade e por isso, de alguma forma, segue procrastinando uma decisão que poderia ter sido tomada há tempos.
Eu poderia citar o exemplo de uma cliente que investiu num relacionamento que não chegou a ser um namoro oficial, mas que era constante e a fazia feliz. Para ela era claro que o rapaz não queria nada sério com ela, mas ela seguiu no relacionamento na esperança de que aquele relacionamento poderia se tornar amor, mas infelizmente, isto não aconteceu. Nem ela nem ele se apaixonaram, mas mesmo assim foi muito difícil para ela aceitar quando ele lhe disse que havia conhecido uma moça muito especial e que por isso o relacionamento deles terminava ali.
Em outro caso, minha cliente está num relacionamento sério de anos, mas o parceiro não quer oficializar a relação. Para ele, está bom serem namorados eternos. Ele gosta dela, tem um compromisso com ela, mas não quer se casar, não quer ter filhos, não quer deixar de ter o relacionamento que tem hoje : ambos trabalham, são independentes financeiramente, tem sua própria casa, mas….. ele não quer constituir uma família.
Posso citar ainda outra história de uma cliente que havia se envolvido com um rapaz predominantemente por causa do sexo. Ele ficou viúvo com um filho pequeno pra cuidar e não queria um envolvimento sério com ninguém. E ambos concordaram em se encontrar com frequência para saciarem seus desejos sexuais e nada mais. Mas evidentemente ela ansiava pelo dia em que ele quisesse algo mais.
O que estas três histórias (e muitas mais) têm em comum é que existe uma realidade que as mulheres não querem encarar. E por conta disso, em alguns casos alimentam a esperança daquele relacionamento se tornar sério. Em outros casos, imaginam que estão sendo “usadas” por seus parceiros, mas a realidade não é bem assim, pois elas concordaram desde o princípio em viver seus relacionamentos daquela maneira. Nos três casos relatados, os homens não as enganaram ou as iludiram com falsas esperanças. Elas é que, num misto de carência e idealização, aceitaram os relacionamentos da maneira como estavam na expectativa – em vão – de que tudo poderia mudar.
Eu poderia supor que estes parceiros têm medo de um compromisso, de uma maior responsabilidade na vida, de um relacionamento sério por não quererem se magoar. Também poderia supor que eles não viam em suas mulheres as parceiras de vida que eles idealizaram e na ausência de uma, foram se contentando com elas para não ficarem sozinhos. Poderia supor também que uma terapia poderia ajudá-los a encarar a vida mais de frente, se fosse este o caso. Mas o que está em questão aqui é que as mulheres não enxergaram a realidade. Ou melhor : enxergaram mas não quiserem encarar os fatos, e assim idealizaram um relacionamento que na verdade nunca existiu.
Precisamos ter coragem para assumirmos o que queremos e não nos contentarmos com paliativos. Se passaram-se anos e seu namorado não quer nada sério, não se iluda achando que do dia pra noite ele vai pedí-la em casamento. Se ele te liga esporadicamente só para o sexo, não pense que aquele sexo maravilhoso será garantia de um compromisso de amor. Se ele está acomodado com a vida do jeito que está, não pense que ele irá sair de sua acomodação do nada para constituir uma família com você.
Eu desejo que as mulheres tenham consciência de suas virtudes, de seus valores, de seus sonhos e de seus desejos e parem de idealizar seus companheiros. Procurem enxergá-los como eles são. Procurem estar abertas para a verdade, mesmo que ela as magoe e lhes mostre que ele não quer nada sério. Na verdade, elas é que não deveriam querer nada com homens que não correspondem às suas expectativas.
Eu desejo que as mulheres parem de perder seu tempo com homens que não as valorizam, que não reconhecem seus valores, seu carinho, sua dedicação por aquele relacionamento. Tenham coragem de buscar o que vocês merecem : um relacionamento feliz !