Fazer o que gosta ou gostar do que faz ?

Passamos muitas horas trabalhando. Se fizermos uma média aproximada, são pelo menos 8 horas trabalhando todos os dias, 8 horas de sono e mais 8 horas para outras atividades. Então passamos um terço dos nossos dias trabalhando, o que não é pouco.

Se fazemos algo que gostamos, as horas passam voando, nem nos damos conta de que tanto tempo se passou pois nosso envolvimento é grande quando gostamos das nossas atividades, as horas passam levemente, não temos pressa para que o tempo passe.

Exatamente o oposto acontece quando não trabalhamos com o que gostamos. As horas demoram para passar, toda hora estamos olhando o relógio com a esperança de que ele já tenha avançado… e isto demora pra acontecer. Em situações assim, trabalhar é um fardo, as horas não passam nunca… e o que é pior : no dia seguinte acontece tudo de novo.

Sempre aconselho meus pacientes a desenvolverem seu trabalho com amor. Afinal, um terço das nossas vidas gastamos ou investimos ali – o verbo mais apropriado depende do referencial de cada um…E como é bom trabalharmos com amor ! Voltamos pra casa com leveza, sem stress e com a alegria do dever cumprido.

Mas devemos considerar também que nem todos amam seu trabalho e se realizam nele. Muitas vezes o dinheiro fala mais alto. A família cresce, os compromissos aumentam, a busca por uma boa remuneração passa a ser tão ou mais importante do que a realização profissional. E se não há realização profissional, o trabalho será sempre um martírio ?

Não necessariamente. Se não estamos realizados com nossa atividade atual, há sempre uma alternativa a se buscar. Pessoas desenvolvem uma nova profissão através da oportunidade de cursos com ensino à distância, por exemplo. Ou buscam lazer, grupos de estudo, atividades em conjunto que possam lhes trazer uma realização muito além da profissional.

Religiões, escolas de filosofia, terapias alternativas, clubes de leitura, cursos de gastronomia, um novo esporte…. são muitas as atividades que podem nos trazer satisfação e auto realização. As 8 horas restantes para demais atividades que não o sono ou o trabalho podem ser ativamente preenchidas com algo que nos traga grande satisfação.

Uma atitude simples que pode ajudar muito os que não se realizam no trabalho é simplesmente você optar por gostar do que faz. Isto é uma decisão, não um propósito de vida. Você pode se realizar sendo um fotógrafo, por exemplo. Mas isto pode não lhe dar o retorno financeiro desejado e assim, você pode trabalhar numa atividade administrativa para suprir esta sua necessidade. Você gosta da fotografia, ali está sua realização. Mas pode também decidir gostar do seu trabalho administrativo e parar de encará-lo como um fardo.

Se você não faz o que gosta, que tal decidir gostar do que faz ? Isto poderá lhe trazer novos aprendizados, novas percepções, novas formas de realização. No exemplo dado, você poderá trabalhar em ambas as atividades, se reconhecer mais feliz em uma do que em outra, mas ter a predisposição para executar o burocrático com outros olhos e assim ter uma vida mais feliz.

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