As cenas são clássicas : jovens sentados que não oferecem seu lugar para os mais velhos. Motoristas apressados que quase atropelam o pedestre e ainda reclamam do pedestre estar atravessando a rua – na faixa, vale dizer ! Em casa, filhos que só usufruem da família e não contribuem com nada – nem pagando uma conta de luz – embora trabalhem e tenham seu salário. Mulher que controla cada passo do passo do marido e o sufoca querendo saber a todo instante onde ele está. Marido que usufrui do dinheiro da mulher gastando tudo em bares. Professores acuados pelos pais porque seus filhos vão mal na escola. Os exemplos são inúmeros….

E para todos eles, algo em comum : falta de limites. Será que ninguém ensina mais aos mais jovens a ceder lugar para os mais velhos ? A folga é tanta que vi jovens sentados na mesa de refeições olhando no celular enquanto o mais velho está comendo em pé. Os motoristas pensam que só eles têm razão, que o pedestre é um estorvo, afinal, nunca estão no lugar do pedestre, vão de carro pra todo lugar, até na esquina comprar cigarro.

Filhos não saem de casa e não ajudam, nem pagando uma conta e nem arrumando seu próprio quarto. Por que os pais permitem que isto aconteça ? Provavelmente porque a situação financeira deve estar confortável, mas seria só por isso que se cobraria ajuda de um filho ? Não poderia ser por ser um ato educativo, delegando responsabilidades a quem já pode arcar com elas ?

Mulheres controladoras pensam que assim garantem a fidelidade do marido. Não se enganem, quando o homem quer trair, ele dá um jeito de fazê-lo. Inventa uma hora extra no trabalho, um pneu furado, uma viagem de negócios… Maridos irresponsáveis gastam o dinheiro da mulher em bares porque elas assim o permitem, ou assim o acostumaram. Até quando ficarão caladas ? Alunos que não estudam pensam que a vida lhes será fácil, até que a própria vida lhes dá uma rasteira, talvez na forma de uma doença, na forma do desemprego de um pai, na necessidade de trabalhar e ir à luta, sem escolha de não trabalhar, ao contrário da escolha que hoje fazem de não estudar.

Para tudo deve-se pôr um limite. Limite na folga do outro, no dinheiro gasto indefinidamente, no cigarro fumado inconsequentemente, nas brigas que não cessam, nos xingamentos e gritos que permeiam as relações.” Amar também é dizer não” – é uma frase corrente. Eu diria que amar é principalmente dizer não. O “não” é educador, modulador, propicia o entendimento antes que os limites sejam ultrapassados. Permite que a parte mais fraca circunstancialmente seja ouvida, tem peso quando é usado com respeito e sabedoria.

Aprenda a colocar limites e dar peso às suas palavras e atitudes. A sociedade agradece.

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