De acordo com o dicionário, estima quer dizer apreço, consideração. Auto estima portanto, é o apreço que temos por nós mesmo. No dicionário : a aceitação que uma pessoa tem de si mesma.
Interessante notar que quando se fala em auto estima, é muito comum propagarem a idéia de que devemos ter uma alta auto estima. E alta auto estima seria um grande apreço por nós mesmos, uma grande aceitação pela pessoa que somos. O contrário também tem seu paralelo : baixa auto estima seria pouco apreço por nós mesmos, baixa aceitação pela pessoa que somos.
Num primeiro momento, não há nada de errado com isto, mas analisando profundamente o conceito, quando temos um grande apreço por nós mesmos, podemos desenvolver a vaidade, o orgulho, a prepotência, a arrogância, pois o apreço é tão grande que podemos chegar a pensar que ninguém é tão bom quanto nós, desenvolvendo portanto um complexo de superioridade.
Na baixa auto estima, temos o complexo de inferioridade, quando temos tão pouca estima por nós mesmos que nos achamos um lixo, incapazes de realizar as coisas, incapazes de enxergar nosso próprio valor e consequentemente, capazes de nos vitimizarmos, pois qualquer um é melhor do que nós.
Se no caso da alta auto estima nos sentimos superiores e no caso de baixa auto estima nos sentimos inferiores, nada mais lógico do que concluir que a auto estima ideal é aquela estável, em que não nos julgamos nem melhores e nem piores que ninguém.
Claro que receber um elogio do chefe nos eleva a auto estima. Claro também que ao realizarmos nossas conquistas elevemos nossa auto estima e nos sentimos motivados para irmos além. O oposto também acontece quando somos ignorados ou menosprezados : nossa auto estima fica lá embaixo e nos sentimos mal.
Mas a sabedoria em ambos os casos, é sabermos de nosso valor e sabermos que as circunstâncias são passageiras, tanto para o bem quanto para o mal. Por isto, ao mantermos sempre uma auto estima estável, teremos o equilíbrio para apreciar uma conquista e voltarmos ao normal, ao nível estável, sem nos sentirmos melhores do que os outros e sem o risco de nos julgarmos superiores. Ao mesmo tempo, num revés da vida, numa adversidade que ainda não foi superada, teremos forças para sabermos que não é o fim do mundo, que somos muito mais do que aquela circunstância e que logo a sensação de fracasso vai passar e voltaremos ao nível estável de auto estima.
Quando nos damos conta de que somos feitos de pó de estrelas, facilmente percebemos que não somos melhores que ninguém. E quando nos damos conta de que já realizamos muito e podemos realizar muito mais, compreendemos que a tristeza de um momento de pouco sucesso logo ficará para trás.
Quando nos conhecemos, temos sabedoria. Sabedoria para cultivarmos o melhor de nós e para aceitarmos que ainda temos muito o que aprender. O objetivo é importante, mas o trajeto para chegarmos lá é muito mais.