Comer nos dá prazer. Se for açúcar, então, muito mais prazer. Isto acontece porque ao ingerirmos açúcar, aumentamos a produção de serotonina no organismo e esta substância é a responsável por melhorar nosso humor, nos dando a sensação de bem estar. Muitos estudos chegaram a esta conclusão. E esta conclusão traz uma explicação química para um fenômeno que é também emocional. Afinal, é muito comum as pessoas buscarem na comida o consolo para momentos de angústia e depressão.
O primeiro prazer que temos na vida é o que recebemos pela boca. Freud expôs isto com sabedoria ao explicar a fase oral no bebê : o bebê que acabou de nascer se relaciona com o mundo pela boca, recebe ali seu alimento. E recebe também o colo, o carinho e a atenção da mãe, no momento da amamentação. Por isso, é muito comum associarmos comida com carinho e amor, pois isto nos remete ao conforto psicológico que recebemos pela boca nos nossos primeiros meses de vida.
Grandes datas comemorativas ocorrem ao redor da mesa. Almoços de família, Páscoa, Natal, Ano novo, aniversários. Ocasiões especiais que são comemoradas e “bebemoradas” também através do alimento. Nosso convívio social invariavelmente se dá ao redor de uma mesa.
Quando buscamos suprir uma carência, uma angústia ou a eliminação de um conflito através da comida, caímos numa armadilha. O que num primeiro momento é considerado prazer e aumenta a produção de serotonina, no segundo momento irá nos causar culpa, pois nos fará mais gordos ou obesos.
Existem outras razões emocionais para a obesidade. Ela pode ser um mecanismo de defesa utilizado pelo obeso para negar seu corpo ou sua sexualidade. Pode também ser consequência de campanhas de marketing maciças a que as crianças são submetidas na infância e que as influenciam de tal maneira que chega a ser quase impossível não cair na tentação daquele alimento (lembram-se da famosa propaganda “Compre Batom…….”)
Pode também ter origem genética ou mesmo ser consequência de uma disfunção da leptina, um hormônio que manda sinais ao nosso cérebro dizendo quando estamos saciados e devemos parar de comer.
O que há alguns anos era visto como desleixo, ao considerar o obeso um preguiçoso que não tem força de vontade para emagrecer, hoje já é visto com uma abrangência maior, devido a vários estudos dos aspectos mencionados acima.
Quando procuramos prazer e bem estar no ato de comer, comemos mais do que precisamos. Ao nos depararmos com a sociedade atual, os conflitos internos e externos que vivenciamos e a proliferação cada vez maior dos aparatos tecnológicos que nos incentivam a uma vida solitária, a conclusão lógica é que teremos cada vez mais pessoas obesas e descontentes buscando prazer e acolhimento na comida.
Felizmente não é só o açúcar proveniente de doces e chocolates que aumenta a produção de serotonina. Algumas frutas como banana e abacaxi, leite, cereais e Castanha do Pará também cumprem esta função. Nosso prazer de comer salada pode ser maior se acrescentarmos pedaços de frutas (abacaxi, maçã, manga, laranja) em sua composição.
Outra dica preciosa é que a prática de exercícios também aumenta a produção de serotonina, nos dando sensação de bem estar. Endorfinas também são liberadas com a prática de exercícios. Estas duas substâncias são conhecidas como hormônios da felicidade.
Alguns estudos indicam que a prática de exercícios pode ser tão eficaz quanto o uso de remédios anti depressivos no tratamento da depressão moderada. Várias pessoas relatam aumento de bom humor após sua prática.
Tentando simplificar um assunto tão complexo, vale a pena pensar em substituir açúcares por frutas e saladas agridoces em suas refeições. Ao se sentir triste e deprimido, busque alternativas saudáveis como caminhadas e exercícios físicos – de moderados a mais intensos. Seu organismo agradece. E sua mente também !