Nós sempre cometemos erros, isto faz parte da caminhada do ser humano. Algumas vezes erramos sem perceber e apenas após algum tempo nos damos conta de que tomamos uma decisão errada. Outras vezes erramos por omissão, por não nos posicionarmos frente ao que nos exigiu coragem para uma decisão. Mas existem vezes em que erramos propositadamente, mesmo sabendo que causaremos danos ás pessoas ao nosso redor. Por isto me pergunto : errar é humano ?
Sim, errar é humano porque não somos perfeitos, porque não temos ciência de tudo o que acontece ao nosso redor. Uma história tem várias versões : a nossa, a do outro e também a de um terceiro que está de fora e consegue ver a situação com mais clareza justamente por não fazer parte dela.
Mas eu poderia dizer que errar é humano quando somente eu sofrerei a consequência do meu erro. Se eu deveria ter escolhido azul e não verde e depois reconheço que o azul teria sido melhor pra mim, foi aparentemente um erro de escolha, mas que não lesou ninguém, não prejudicou ninguém, apenas a mim mesma.
Mas eu posso também cometer um erro que também prejudica outra pessoa. E isto pode não ser intencional, mas de alguma forma resultado das ligações que esta pessoa tem comigo e que a fizeram de alguma forma colher a consequência do meu ato. Neste caso errar não é só humano, é também consequência de uma atitude imperfeita.
Mas existem situações em que as pessoas persistem no erro e estão constantemente provocando consequências em outras pessoas. Já disse o ditado popular que errar é humano e persistir no erro é burrice. Quando persistimos numa atitude que cronicamente gera um mal para nós e para as pessoas ao nosso redor, nossa atitude pode de fato ser considerada um erro.
E como seria uma atitude maldosa ? Ela acontece quando intencionalmente desejamos o mal para o outro, quando sabemos que podemos optar por azul ou verde, mas escolhemos o verde com a intenção de prejudicar o outro. Aí está uma atitude maldosa.
E podemos ter um equilíbrio em nossas atitudes ? Sim. Quanto mais empáticos e menos egocêntricos formos, mais tenderemos a cometer erros humanos e menos erros em que outras pessoas estarão envolvidas, intencionalmente ou não. Ao colocarmos o outro em primeiro plano, nossa perspectiva para a solução do problema é maior, e muitas vezes, surgem novas oportunidades que antes não víamos, porque estávamos necessariamente olhando somente para nosso umbigo.
Errar é humano sim, faz parte da nossa caminhada. Aprender com os erros, porém, é sinal de grande sabedoria.
E quando temos que tomar uma decisão onde o que está em jogo é a nossa felicidade e para isso precisamos direta ou indiretamente, prejudicar outra pessoa? Uma promoção que o outro tb está de olho, que merece e precisa tanto quando eu. Um amor que é tão grande em mim por alguém, mas que tem outra pessoa de olho e apaixonada também. O que fazer? Qual seria o erro? Ser empático nesses momentos me faria pagar um preço muito alto! Isso seria um sacrifício que nem sei se a outra pessoa é digna ou vai fazer por onde para merecer sua recompensa. De qualquer forma, a única coisa que sei, a única verdade a que tenho acesso é a de que EU QUERO aquela promoção! EU QUERO o amor daquela pessoa e abrir mão de qualquer um desses dois motivos apenas por eu ser uma pessoa que está sempre se preocupando com o outro e tentando dar e fazer o seu melhor para o mundo e pelas pessoas, isso sim seria um erro. Só existe uma vaga e aquele amor é único. Lutar por eles, prejudicando direta ou indiretamente alguém, mas não intencionalmente, eu chamo de sobrevivência. E não há nada de errado nisso. Essa diferença é urgente em se fazer esclarecer. Caso contrário, pessoas deixarão de ir em busca de seus sonhos ou metas por acharem que estão sendo egoístas e egocêntricas. Analisar todos os lados da história, observando cada pensamento que passa e com um bom direcionamento, TODOS chegaremos onde queremos.
Eu sempre penso na intenção com que fazemos as coisas, Flávia Lobo. Por isto, não vejo nada de errado em você correr atrás dos seus sonhos, pois seu objetivo não é o de prejudicar alguém e sim de ir atrás do que deseja.
Pensamos exatamente da mesma forma, Patrícia Camargo! 😉