Em meus atendimentos, ouço histórias fascinantes. Tenho pacientes que vivem de bem com a vida, não se apegam às tristezas, não se ressentem por terem tido problemas na infância, ou mesmo compreendem as limitações de seus pais e por isso não os culpam quando percebem que por conta da educação recebida, algumas coisas não aconteceram exatamente da melhor maneira que poderiam ter acontecido.
Outros pacientes são totalmente apegados ao seu passado. Vivem de comparações, enxergam que tiveram uma educação injusta, que seus pais privilegiaram seus irmãos, que a vida foi injusta com eles. Entendem que tiveram que lutar muito para chegar onde chegaram e que quando olham para o lado, a vida foi mais fácil para as outras pessoas.
Pacientes de bem com a vida tomam as rédeas de suas vidas. Acreditam que seu sucesso depende só de si próprios. Acreditam que as adversidades os farão mais fortes e muitas vezes, compreendem que podem ajudar muito as pessoas ao seu redor simplesmente dando exemplo de uma boa conduta.
Pacientes apegados ao passado não conseguem viver de bem com a vida. Sempre encontram um motivo para reclamar. Têm mágoas e frustrações. E isto os deixa cada vez mais apegados ao seu passado. Muitas vezes são incapazes de enxergar as oportunidades que estão à sua frente. Algumas vezes usufruem de grandes oportunidades, mas não enxergam que têm mérito em suas conquistas, pois de alguma forma alguém alcançou muito mais do que eles.
Podemos, erroneamente, nos sentirmos superiores porque temos muitas conquistas. E isto pode nos gerar um sentimento de onipotência, de presunção e arrogância frente às pessoas que julgamos mais fracas ou menos capazes.
Podemos também, se nos sentimos inferiores, nos vitimizarmos. E quando isto acontece, queremos chamar a atenção para nós a todo custo, pois somos coitadinhos, nada dá certo em nossas vidas, somos perseguidos e por vezes azarados…
Procuro mostrar aos meus pacientes os ganhos e perdas de cada situação. O quanto as adversidades nos fazem mais fortes. O quanto crescemos quando tomamos as rédeas das nossas vidas e fazemos nossas escolhas. Se são escolhas erradas, sofremos. Se são escolhas certas, comemoramos. Mas independente do resultado, vamos caminhando e colhendo o resultado destas escolhas, o que nos torna mais sábios, mais generosos e mais humanos. Basta ter olhos para ver e coração para sentir.
Aos humanos que não foi desenvolvida a capacidade de deixar o passado passar, lamentavelmente são atropelados por ele, ele, o passado filho primogênito do tempo inexorável…:)
O humano está sempre em crise existencial quando sua religião é superficial. Religião ( religação) é a solução para toda crise existencial. Acontece de novas revelações que não são deste mundo, mas de um mundo superior, transcendente e transhumano. Migra-se de situações contingentes e particulares para uma vida em espírito. Deus é espírito, a carne e o sangue de nada valem. O humano tem dono e ele sofre quando sua ficha não cai. E como isto pode acontecer?. Por graças que vem dos Céus, é a inexorabilidade da metafísica divina em que a misericórdia do Criador sustenta a fragilidade humana em resposta às orações que brotam da Terra. O próprio Jesus Cristo se revelou a uma Irmã carmelita em Milão, norte da Itália, 1945, dizendo para ela que quanto mais os humanos a ele se dirigirem, mais ele derrama seu amor em corações pelo mundão e vidas afora e assim muitas almas serão salvas porquanto suas fichas cairão…:)