Uma paciente compartilhou comigo um artigo sobre a geração Y e sua forma de viver a vida. O artigo explica que a geração Y não tem desejos de ter um carro ou uma casa própria como a geração de seus pais. Ter bens e propriedades não é o que lhes interessa. O que a geração Y deseja é viver experiências.
Nada mais enriquecedor do que viver experiências. Podem ser experiências carregadas de emoção como saltar de bungee jump, passear de balão, ou fazer rafting, descendo corredeiras de bote. Podem também ser experiências de amadurecimento, como morar fora do país, fazer um curso no exterior e até mesmo dividir seu espaço com várias pessoas morando numa república.
Experiências assim nos mostram o valor das coisas, nos fazem priorizar nossos sonhos, nos ensinam a poupar, a conviver melhor com as pessoas, a sermos mais verdadeiros conosco, quando partimos em busca do que realmente desejamos e acreditamos, entre muitas outras coisas.
Isto tudo a geração Y tem de sobra – e todas as outras gerações também. Todos vivemos experiências e aprendemos com elas. Todos temos histórias marcantes pra contar em que aprendemos – muitas vezes pela dor – a valorizar o que é importante em nossas vidas.
Meu receio, porém, é de que a geração Y se preocupe tanto em viver o presente que se esqueça de que terá um futuro. E neste futuro, os empregos podem não mais existir, você pode desejar ter filhos ou mesmo desejar se isolar do mundo. Nada é garantido.
Não sabemos o que nos acontecerá no futuro, mas uma coisa é certa : ao envelhecermos, não teremos mais a saúde que temos hoje. Provavelmente com o passar dos anos, nossa disposição não será a mesma. Uma doença pode surgir, uma limitação pode nos obrigar a levarmos uma vida bem diferente do que sonhávamos. E nesta hora, uma boa dose do segurança poderá fazer toda a diferença.
Ter uma casa própria nos livra de um aluguel no futuro. Termos uma profissão é sinal de que temos conhecimento sobre algo, dominamos algum assunto, podemos oferecer nosso conhecimento em troca de uma renda, que irá nos permitir propiciarmos conforto aos nossos filhos, uma boa educação, uma mesa farta.
Merecemos ter prazer na vida. Mas não podemos viver só de prazer como se não houvesse amanhã, como se no futuro tudo permanecesse na segurança de hoje – se é que hoje você tem segurança.
Pensar no amanhã é um processo rico, que nos faz rever valores e prioridades. O futuro virá para todos – melhor pensar um pouco nele no presente também.