No final da semana passada me aconteceu um fato curioso : um conhecido me ligou pedindo pra eu atender uma colega do seu trabalho que estava muito mal com o término de seu namoro. A moça ficava em Campinas e eu estava em Sorocaba. Desta forma, para atendê-la no mesmo dia, eu poderia atendê-la via Skype em algum horário livre da minha agenda que fosse compatível com o dela. Ela até cogitou de me encontrar em Sorocaba para uma sessão presencial naquele dia, e mediante esta ideia, me ocorreu que aquela moça deveria estar sofrendo muito e precisando de um rápido amparo.
Eu poderia ouví-la, já tinha imaginado como seria o Processo de Coaching Afetivo para ela, que estava vivendo um momento muito delicado que é o término de uma relação. Eu poderia ampará-la, claro, deixá-la desabafar para que ela se acalmasse, e aí se criaria uma circunstância mais tranquila para o início de um Processo de Coaching.
Mas Coaching não é terapia. Minha proposta de trabalho não é apenas ouvi-la desabafar para se sentir melhor ou ampará-la naquele momento difícil. Eu tinha um planejamento para ela, um trabalho baseado na Individuação, para que apesar de tudo, ela saísse fortalecida daquele momento, mais consciente de que aquilo por mais que fosse dolorido, era algo passageiro, e que a vida deve ser tocada para frente, pois novos acontecimentos virão, novos desafios, novos amores… as adversidades fazem parte da vida !
Num primeiro momento ela ficou de me encontrar em Sorocaba no dia seguinte, para logo em seguida chegarmos à conclusão de que ela poderia me encontrar logo após o final de semana em Campinas mesmo, o que demoraria mais alguns dias, porém lhe daria menos trabalho. E nestes dias que se passariam até nosso encontro, ela poderia refletir um pouco mais sobre sua desilusão amorosa, poderia estar mais aberta a me ouvir e a ouvir minha proposta de trabalho.
Na 2ª. feira eu estava em Campinas, à espera dela, para fazermos a sessão inicial do Processo de Coaching Afetivo, sessão esta que havia sido marcada três dias antes. E com pouca surpresa, constatei o que me parecia quase óbvio : ela não compareceu.
Podemos dizer que houve um desencontro, que ela teve que ir a São Paulo naquele dia de manhã e não conseguiu chegar a tempo para nossa sessão do meio dia. Podemos dizer que a bateria de seu celular acabou, que ela ficou sem comunicação comigo. Mas a verdade é bem mais simples do que isto : sua urgência havia passado, os dias lhe deixaram mais calma e provavelmente ela constatou que embora estivesse sofrendo com aquele rompimento, ela ia sobreviver, aquela dor iria passar.
Mas para não fugir do tema deste artigo, preciso dizer algumas palavras sobre compromisso. Não podemos buscar a ajuda de um profissional num momento de desespero desejando que ele possa nos atender imediatamente e que tenha todo seu tempo livre para nós. Não podemos supor que nosso assunto é o mais importante do mundo. Não podemos finalmente marcar uma sessão de Coaching num momento de urgência e dias depois não comparecer sem nenhuma consideração. Da mesma forma que a moça conseguiu que seu colega de trabalho intercedesse por ela, ela tinha meios de pedir para ele me contatar caso não pudesse comparecer á sessão por ter ido para São Paulo a trabalho ou por não ter mais bateria em seu celular.
Não podemos assumir compromissos e não honrá-los e nem ao menos não nos preocuparmos com o outro. E o motivo para isto é muito simples: porque merecemos ser levados á sério, merecemos o compromisso e o respeito do outro para com os nossos problemas, da mesma forma como devemos ao outro nosso compromisso e respeito.
Se minhas suposições estão certas, esta moça hoje está bem melhor. De alguma forma não está tão aflita quanto no momento em que me procurou buscando um atendimento quase que imediato. Fico feliz por ela estar melhor, mas muito inquieta com a falta de consideração dela com a minha pessoa. Porque na verdade ela não fez algo diretamente para mim, ela apenas me mostrou que não é uma pessoa confiável, que não tem uma postura séria para com sua vida, que pensa mais nela do que no outro, pois o problema dela é maior do que o de todos os meus outros clientes a ponto de eu ter que remanejar minha agenda para atendê-la.
Desenvolvo um trabalho visando o auto conhecimento e auto desenvolvimento de meus Coachees. Trabalho para que eles tenham firmeza e independência para seguirem em frente e enfrentarem os problemas da vida. Desejo que eles sejam corretos comigo e com todos ao seu redor, da mesma forma que sou correta com eles.
O trabalho que desenvolvo não é um trabalho de emergência. Pelo contrário, é um processo que visa dar ao meu cliente as rédeas da vida dele. E por ser processo, tem um encadeamento, um início, um meio, um fim, uma lógica, um planejamento. E um desejo profundo de que ao final do processo ele seja uma pessoa mais consciente, mais forte e mais feliz.
Apenas compartilhando, cheguei a passar por essa mesma situação algumas vezes e depois de muito pensar nesse tipo de comportamento do outro , avaliei que na verdade naquele exato momento onde as emoções estão conflitantes com o baixo índice de razão é tudo e ou qualquer coisa dita por alguém de seu contexto , representa o GRANDE remédio que irá como mágica tirá-la dessa situação é essa sensação de certa forma já causa um pequeno alívio como se alguém tivesse conseguido fazê-la “ver” que vai passar é o simples fato dessa busca por nosso trabalho acontecer,creio que as emoções se amenizam momentâneamente e a pessoa acaba meio que se enganando ,julgando ser capaz de sair de tudo isso sem auxílio externo, porque Qdo esvaziamos nossa lata de lixo com um colega , amigo ou seja lá quem for, temos a ilusão que tudo já está se encaixando…..mas na verdade a pessoa apenas vai deixá-la encher novamente , para outra crise chegar ,até que observe que paliativos não resolvem ,amenizam e o que temos dentro de nós tem que ser encarado.
Beijo e grata pela oportunidade